Agosto Dourado: mês de incentivo à amamentação.

A campanha “Agosto Dourado” promove o aleitamento materno, destacando a cor dourada como símbolo da alta qualidade do leite humano. Esse alimento reduz em até 13% as mortes de crianças menores de 5 anos. E com essa mesma ideia de promoção ao incentivo à amamentação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) visa aumentar a taxa de aleitamento materno exclusivo para 50% nos primeiros seis meses de vida até 2025; atualmente, no Brasil, essa taxa é de 45%.  

O aleitamento materno é a melhor estratégia natural para promover vínculo, proteção e nutrição da criança, sendo uma intervenção eficaz e econômica para reduzir a morbimortalidade infantil. Além de beneficiar a saúde da mãe e do bebê, o aleitamento impacta positivamente a sociedade. A introdução adequada de alimentos seguros e culturais na dieta da criança também é crucial para o desenvolvimento sustentável e a prevenção de problemas nutricionais. Contudo, garantir a proteção e promoção do aleitamento materno e a alimentação complementar requer esforços conjuntos e é um grande desafio para o sistema de saúde, necessitando de uma abordagem integral e humanizada.

Amamentar é o melhor alimento para recém-nascidos, proporcionando proteção imunológica e apoio ao desenvolvimento afetivo e psicológico. Aumentar as taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês salva cerca de 6 milhões de vidas por ano, de acordo com a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Por que a amamentação é tão importante?

Há pesquisas referentes à superioridade do leite materno em relação aos leites de outras espécies, que apresentam diversos argumentos a favor do aleitamento materno, pois:

  • Evita mortes infantis; 
  • Evita diarréia;
  • Evita infecção respiratória;
  • Diminui o risco de alergias;
  • Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes;
  • Reduz a chance de obesidade;
  • Melhora a nutrição;
  • Melhora o desenvolvimento cognitivo da criança;
  • Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal.

Além disso, o aleitamento materno também promove o vínculo mãe-bebê, contribuindo para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança e traz benefícios para a saúde da mãe, como redução do risco de câncer de mama e de ovário, além de ajudar no retorno ao peso pré-gestacional.

Quais os desafios enfrentados pela amamentação?

Apesar de todos os benefícios, a amamentação ainda enfrenta diversos desafios, como:

  • Falta de informação: muitas mulheres não possuem informações suficientes sobre a importância da amamentação e como iniciá-la e mantê-la;
  • Pressão social: a sociedade muitas vezes exerce pressão sobre as mães para que utilizem fórmulas infantis, o que pode dificultar a amamentação;
  • Dificuldades no trabalho: a falta de apoio no ambiente de trabalho é um dos principais obstáculos para a manutenção da amamentação.

Tempo ideal da amamentação:

A duração média da amamentação humana é de dois a três anos, com desmame natural ocorrendo nessa faixa etária (KENNEDY, 2005 apud Ministério da Saúde, 2005). A OMS e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementado até dois anos ou mais. Introduzir alimentos complementares antes dos seis meses pode prejudicar a saúde da criança, aumentando o risco de:

  • Diarreia;
  • Hospitalizações por doenças respiratórias;
  • Desnutrição, se os alimentos forem inferiores nutricionalmente ao leite materno;
  • Menor absorção de nutrientes essenciais, como ferro e zinco;
  • Menor eficácia do aleitamento como método anticoncepcional;
  • Menor duração da amamentação.

Durante o segundo ano de vida, o leite materno continua a fornecer nutrientes importantes, como 95% da necessidade de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% de proteína e 31% da energia total. Estatisticamente, a amamentação também protege contra doenças infecciosas e diminui pela metade as chances de morte por essas mesmas doenças, se comparadas às crianças que não foram amamentadas no segundo ano de vida (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000 apud Ministério da Saúde, 2005). 

Como podemos incentivar a amamentação?

Embora a maioria dos profissionais de saúde apoie o aleitamento materno, muitas mulheres se sentem insatisfeitas com o suporte recebido. Isso se deve às diferenças entre o tipo de apoio que as mães desejam, como suporte ativo e emocional com informações precisas, e o apoio geralmente mais passivo e reativo oferecido pelos profissionais. Para realmente apoiar o aleitamento materno, é crucial que os profissionais compreendam as necessidades e expectativas das mães.

Além do mais, há uma grande necessidade da rede de apoio no ambiente familiar que está envolvido a mãe:  familiares, amigos, vizinhos são cruciais para a adesão e manutenção da amamentação, sendo um fator determinante nesse processo. A decisão de amamentar reflete não apenas a escolha da mulher, mas também os significados moldados por sua vida, contexto cultural, motivações, conhecimentos, experiências passadas, influências familiares e midiáticas, e o suporte da rede social.

Dessa maneira, é essencial valorizar os contextos das puérperas, pois a influência de sua rede de apoio social, composta por indivíduos com diversos conhecimentos sobre amamentação e cuidados com o recém-nascido, será significativa durante todo o processo de lactação.

O Agosto Dourado é um momento para celebrar a amamentação e fortalecer os vínculos entre mães e bebês. Ao conscientizar a sociedade sobre a importância desta prática, podemos construir um futuro mais saudável para as nossas crianças. 

Referências:

FUABC. Agosto Dourado: mês de incentivo ao aleitamento materno. Fundação do ABC, 2023. Disponível em: https://fuabc.org.br/noticias/agosto-dourado-mes-de-incentivo-ao-aleitamento-materno/. Acesso em: 29 jul. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição, aleitamento e alimentação. Brasília, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf. Acesso em: 29 jul. 2024.

SILVA, Ana Maria da; SOUZA, Maria Aparecida de. O apoio de familiares, amigos, vizinhos e profissionais de saúde durante o período de amamentação: um fator determinante para a adesão e manutenção, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 1-10, 2023. 

SBP. Amamentação traz benefícios para o bebê e a mãe. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br/filiada/goias/noticias/noticia/nid/amamentacao-traz-beneficios-para-o-bebe-e-a-mae/. Acesso em: 30 jul. 2024.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Campanha nacional busca estimular aleitamento materno. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/2584-campanha-nacional-busca-estimular-aleitamento-materno. Acesso em: 30  jul. 2024

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